História da Astronomia II
A Astronomia é uma grande área da ciência responsável por
muitos avanços científicos e sua história está repleta de grandes nomes como
Copérnico, Galileu, Kepler e Newton.
O que é Astronomia?
A Astronomia é uma ciência natural que se ocupa basicamente
em estudar os fenômenos que ocorrem fora da atmosfera terrestre e a estrutura
dos corpos celestes, como os planetas, as estrelas e outras estruturas
cosmológicas (cometas, galáxias e nebulosas, por exemplo), e o próprio espaço
em si. A palavra Astronomia vem do grego Astron, que significa astro, e Nomos,
que significa lei.
História da Astronomia
Muitas civilizações antigas tratavam os astros como
divindades. O estudo dos movimentos dos planetas e estrelas permitia aos povos
antigos a distinção entre épocas de plantio e colheita, por exemplo. Algumas
culturas antigas, como os maias, os chineses, os egípcios e os babilônios,
foram capazes de elaborar complexos calendários baseados no movimento do Sol e
outros astros.
Os gregos antigos também contribuíram muito para o avanço da
Astronomia. Muitos filósofos gregos elaboraram modelos com o intuito de
explicar o formato da Terra, as estações do ano, bem como os movimentos do Sol,
da Lua e dos outros planetas visíveis a olho nu.
Um desses filósofos foi Tales de Mileto (624-546 a.C.), que
considerava a Terra um disco plano preenchido por água. Pitágoras de Samos
(572-479 a.C.), por sua vez, acreditava que a Terra apresentava formato
esférico. Já Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) explicou que as fases da
Lua dependiam da iluminação solar, ao observar a formação de sombras durante os
eclipses, e também defendia a hipótese de que o Universo fosse finito e
esférico e que, juntamente aos astros, fosse imutável: sempre existira e sempre
existiria.
A visão de Aristóteles do sistema solar era qualitativa,
pois usava de poucos recursos matemáticos para justificar seu modelo. Sua
interpretação logo tornou-se aceita, acolhida e difundida por séculos, contribuindo
para a propagação de conceitos físicos e astronômicos equivocados. Entre esses
equívocos, podemos ressaltar o éter: a substância proposta por Aristóteles que
comporia os corpos celestes, cuja existência foi investigada até meados do
século XIX.
Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro filósofo a
propor que a Terra se movia em torno do Sol, quase 2 mil anos antes de
Copérnico, e também conseguiu medir o tamanho do Sol e da Lua em relação à
Terra. Eratóstenes de Cirênia (276-194 a.C.) calculou, com boa precisão, o
diâmetro da Terra.
As primeiras tentativas de descrição do sistema solar
colocavam no centro do Universo o Sol, a Lua e os demais astros, que girariam
ao redor da Terra. Esse modelo de sistema solar centrado na Terra ficou
conhecido como geocêntrico.
O ápice do sistema geocêntrico foi o complexo modelo
Ptolemaico, proposto pelo cientista grego Cláudio Ptolomeu (85-165 d.C.). Esse
modelo apresentava diversas órbitas circulares, que descreviam com relativa
precisão o movimento dos planetas conhecidos, mas não era capaz de explicar o
movimento retrógrado de alguns planetas, quando observados da Terra. O modelo
foi usado até a época do Renascimento Científico, no século XVI.
Em 1608, Galileu Galilei (1564-1642) enfrentou as ideias
geocentristas da época, bem como a visão de imutabilidade dos astros proposta
por Aristóteles, aperfeiçoou o telescópio e utilizou-o para observar as
crateras da Lua, as fases de Vênus e descobriu os satélites naturais de
Júpiter: Io, Ganimedes, Calixto e Europa.
O primeiro modelo matemático capaz de predizer as órbitas
planetárias com precisão, porém com grande complexidade, foi atribuído ao
astrônomo francês Nicolau Copérnico (1473-1543). Copérnico abandonou a visão
geocêntrica, atribuindo, em seu modelo, ao Sol o centro do Sistema Solar, no
qual a Terra orbitaria o astro-rei em uma trajetória circular, completando uma
volta a cada ano. Nessa representação, a inclinação do eixo de rotação da Terra
seria a responsável pela divisão das estações do ano, e o movimento retrógrado
de alguns planetas, como Marte, e a mudança de luminosidade eram explicados com
o uso de diversas órbitas.
O modelo planetário de Copérnico foi posteriormente
corrigido pelas precisas observações astronômicas do dinamarquês Tycho Brahe
(1546-1601). Em 1599, o brilhante astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler
(1571-1630) tornou-se assistente de Tycho e teve em suas mãos uma enorme
quantidade de dados astronômicos de grande precisão. Kepler revolucionou a
mecânica celeste quando enunciou três leis que regem as órbitas planetárias,
descrevendo-as como elipses, e não como círculos, como até então se acreditava,
e estabeleceu uma relação Matemática entre o período e o raio orbital dos
planetas.
Anos mais tarde, munido das grandes contribuições de
Copérnico, Galileu e Kepler, Isaac Newton (1642-1727) elaborou sua Lei de
Gravitação Universal, explicando o fenômeno da gravidade e a dinâmica
planetária de forma inédita.
Áreas da Astronomia
A Astronomia é uma área do conhecimento bastante ampla e com
várias subdivisões. Entre elas, podemos destacar:
Astrobiologia: evolução de sistemas biológicos no universo;
Astrofísica: estudo das propriedades físicas dos corpos
celestes, como sua densidade, temperatura, luminosidade, entre outros;
Astronomia planetária: estudo dos sistemas planetários, com
ênfase no sistema solar, que reúne física nuclear, geologia, meteorologia etc.
Dia Mundial da Astronomia
No Brasil, no dia 8 de abril é comemorado o Dia Mundial da
Astronomia, diferentemente do Dia Internacional da Astronomia, que é celebrado
anualmente em datas diferentes de acordo com a fase da Lua. A data tem como
intuito estreitar os laços entre entusiastas e pesquisadores da área, bem como
promover a divulgação da Ciência para o público em geral. Em 2009, 400 anos
após as primeiras observações telescópicas de Galileu Galilei, comemorou-se o
Ano Internacional da Astronomia.
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"Pedra no caminho?
Guardo todas,
um dia vou construir um castelo..."
Fernando pessoa.